Malhando o Judas |
Estava demorando muito para acontecer um caso desses... O
dono de uma página no Facebook pública para os seus seguidores (aproximadamente
55 mil) o retrato falado de uma possível sequestradora de crianças indefesas
que seriam utilizadas posteriormente em rituais de magia negra, bom... Até aí
tudo “bem”! Acontece que esse infeliz internauta (para não dizer imbecil) não
teve a decência de procurar validar a veracidade da informação que estava
divulgando, nem sua origem ou muito menos calculou o resultado dos possíveis
danos que uma notícia tão séria como essa de “procura-se” pudesse causar. O
jegue (me refiro ao dono da página e não ao animal) simplesmente provocou a ira
de uma população (população pobre, com a agenda vaga), que pelo calor da emoção,
os “heróis” deram sequência ao boato, retransmitindo-o. Até que o primeiro
“cegueta” avistasse a coitada que se parecia ligeiramente com a tal
sequestradora macumbeira, pronto! FO-DE-U!
...Crianças, jovens, bêbados, drogados, mulheres, homens e até
senhoras participaram da malhação de Judas. Para não falar que todos estavam
possuídos pelo demônio, alguns ainda sãos em sua consciência telefonaram para
polícia (que não apareceu) e fizeram alguns tímidos esforços na tentativa de
barrar uma multidão descontrolada que ali assassinavam aos poucos uma mãe,
inocente e que carregava uma bíblia com sigo. Mano! É o fim do mundo! Sem
contar o fato da imprensa estar lá também. Sim, imprensa! Jovens e crianças
dominados pela tecnologia que filmavam todo o rebuliço com a extensão de seus
braços.
Resumo da tragédia: a coitada morreu sem entender o motivo,
alguns seres foram presos, outros arrependidos (assim creio eu) e muitos outros
ainda revoltados com a capacidade do ser humano em fazer coisas não cristãs.
Hoje, analisando toda a balbúrdia, chego á conclusão de que
estamos arruinados... O facebook é o maior acervo de pensamentos clonados,
vontades adormecidas entre outras coisas, toda a podridão cultural permeia por
lá. Algo deve ser feito! Vejo o Facebook como um reflexo e criador de uma
sociedade modista e sem escrúpulos.
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